PÁSSAROS EM CATIVEIRO
Os pássaros têm asas para voar. O espaço infinito é deles, pois necessitam de liberdade para alçar voos, cantar, fazer seus ninhos nas árvores. Por isso eu faço um apelo a todas as pessoas que os mantêm presos, como se eles fossem perigosos bandidos, condenados por algum tribunal, para que deixem os bichinhos livres, abrindo as portas das gaiolas, que são verdadeiras penitenciárias de segurança máxima, até o fim de suas vidas. São condenados à prisão perpétua, sem nunca terem cometido qualquer delito. Ainda conseguem cantar, para deleite de seus donos, seus senhores. Não acho justo mantê-los presos. Meu pai teve diversos passarinhos engaiolados e eu não via aquilo com simpatia. No meu entendimento de criança, achava o cativeiro uma coisa errada, uma covardia. Soltos, eles se defendem sozinhos, não precisam de nossas migalhas. O papagaio, único pássaro que fala, aprendeu a fazer versos. E assim começou o poeta: Soltem-me, seus filhos da... não! O certo é assim: Ninguém cantará na prisão, A nossa vida é tão breve, Abaixo a escravidão! Toda pessoa sensata, Que tem ave em cativeiro, Deverá soltá-la na mata, Pra cantar o ano inteiro! Com o poeta, assim declamando, Seus donos ficaram bonzinhos, Libertaram, quase chorando, Os pobres dos passarinhos. Orpheu Leal
Enviado por Orpheu Leal em 30/12/2014
Alterado em 30/12/2014 |